segunda-feira, 20 de junho de 2011

Análise de conjuntura

Nova contribuição sobre a situação da educaçao catarnense vem assinada pelo professor Kleber Rudy. Tem por título: “Uma faca por trás de um sorriso”. O texto:

Aquilo que vem ao mundo para nada
perturbar não merece respeito nem paciência.
René Chair

Em épocas de conflitos, medir forças torna-se um dos requisitos da arte de “guerrear”, e é justamente isso que o Sr. João Colombo tem feito, com o indicativo de cortar os salários dos que o desafiam, ou seja, os professores grevistas, assim como, ao aludir que pretende pedir a ilegalidade da greve (eles é que não nos pagam o que é de direito, e nós que somos os fora-da-lei!? Porém, não é de hoje que a política se veste de ironias). Por sua vez, a classe dos professores tem dado de imediato uma resposta a altura, não arredando pé de sua já longa caminhada, que marca trinta dias, e que se for preciso agregara mais 30 ou 60, ou sei lá quantos dias, até que se torne realidade as motivações de luta. Não obstante, em momentos irrequietos como este que se apresenta, a união dos combatentes se faz mais do que necessária, se faz urgente, pois esse dragão chamado governo estadual, possui várias cabeças, precisando desta forma, de numerosos braços para cortá-las, até que a besta pereça.

No que se refere à prática de lutar, séculos atrás o misterioso livro chinês Os 36 Estratagemas já assinalava: “Quando o grosso das tropas é tomado de pânico ao mínimo alerta, quando os soldados saem das fileiras, quando os homens assustam uns aos outros exagerando o poder do inimigo, quando convencem a si mesmos de que o desfecho das operações não será vantajoso, quando não cansam de se lançar olhares e de cochichar no ouvido uns dos outros, quando circulam boatos impossíveis de conter, quando se espalham todos os tipos de fábulas capazes de semear inquietação nos espíritos, (…) esses são sinais evidentes de fraqueza”. E os nossos ímpetos de luta como estão, rumo ao re-fortalecimento ou ao vazio da fraqueza? Quero fazer crer, que mediante as 30 assembléias regionais realizadas no dia (15/06), em que apenas duas das assembléias votaram pelo fim da paralisação, que os nossos ânimos estejam ainda resistentes, na pertinência de alcançar nossos objetivos iniciais, traçados naquele dia 18 de maio, quando teve início essa GREVE.

Tomemos o exemplo da Grécia que viu nascer nesta semana do seu ventre mais uma GREVE GERAL, iniciada no dia 15/06, e que mesmo diante da violência usada pelo aparelho estatal contra os manifestantes, os mesmos continuam firmes e convictos da primazia de suas ações. Pois, “quando o Estado se divorcia de suas funções imediatas e se converte numa entidade que pretende controlar a vida e o destino de seus súditos, a liberdade deixa então de existir”. Conforme o escritor Aníbal Ponce, em sua obra Educação e Luta de Classes: “um povo manso e resignado, respeitoso e discreto, um povo para quem os patrões sempre tenham razão, como não haveria ele de ser o ideal de uma burguesia que só aspira resolver a sua própria crise, descarregando todo o peso sobre os ombros das massas oprimidas? Só um povo ´gentil e meditativo` é que poderia suportar sem ´discussão` a exploração feroz”. Por essas e por outras, é que devemos radicalizar sim, mas debandar em retirada – como ratos que diante do naufrágio por temerem a água, se atiram desesperados ao próprio mar -, jamais.

Seja como for, a luta continua! Papai-Noel e Coelhinho da Páscoa não existem, Colombo e o Telbaldi, poderiam também não existir, mas, no entanto existem. É hora de mudanças, diante de vidas regidas por contos de fadas, a realidade ruge com toda a sua monstruosidade, exigindo visão política e solavancos de coragem.

Proffy, o Insurgente, S. Catarina 2011.”

"retirado do Blog de Moacir pereira em 20/06/2011"

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